Sánchez demonstra sua simpatia pela esquerda latino-americana em "defesa da democracia".

O presidente espanhol participou de um encontro com os líderes do Brasil, Chile, Uruguai e Colômbia "em defesa da democracia contra o aumento do ódio e da mentira".
Democracia sempre foi o lema escolhido para a primeira cúpula "em defesa da democracia", realizada em Santiago, Chile, pela Espanha e outras quatro democracias latino-americanas de esquerda para se unirem contra a ascensão da extrema direita e "partirem para a ofensiva".
O encontro, realizado no Palácio de la Moneda, na capital chilena, contou com a presença do primeiro-ministro Pedro Sánchez e dos líderes do Uruguai, Yamandú Orsi ; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva ; da Colômbia, Gustavo Petro ; e do Chile, Gabriel Boric . Após o encontro, os presidentes dos cinco países da nova aliança expressaram seu compromisso em promover uma plataforma de defesa das instituições democráticas contra a ascensão do que consideram movimentos populistas e de extrema direita que buscam enfraquecê-las.
A cúpula serve para ilustrar a sintonia de Sánchez com a esquerda latino-americana, em um momento em que alguns de seus líderes se envolvem em diversas controvérsias e conflitos internacionais. É o caso, por exemplo, do presidente brasileiro Lula da Silva, que tem estado no centro de um confronto com Donald Trump nos últimos dias sobre tarifas, após o presidente americano anunciar a implementação de uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto.
Sánchez anunciou que a Espanha sediará uma nova cúpula em 2026 para o grupo de cinco países reunidos ontem em Santiago, Chile, para continuar avançando na luta contra o que ele chamou de "movimento internacional reacionário de ódio e mentiras que coloca a democracia em risco".
Três áreas de atuaçãoO primeiro-ministro afirmou ontem que a cúpula serviu para finalizar três linhas de ação conjunta dentro da nova aliança de democracias de esquerda de língua espanhola.
Primeiro, " fortalecer as instituições democráticas e o multilateralismo " entre os países progressistas, num contexto em que "a direita tradicional abandonou acordos históricos e sucumbiu à extrema direita".
Ao longo do caminho, Sánchez destacou o combate à desinformação com o qual os cinco países se comprometeram, "colaborando para garantir que os algoritmos não controlem nossas opiniões".
Por fim, a aliança seguirá um caminho comum para " reduzir a desigualdade que, em última análise, mina a confiança dos cidadãos na democracia" diante de "uma extrema direita que prospera politicamente com o medo e se alimenta da nostalgia de um passado que nunca aconteceu".
Em seu discurso após a reunião, o presidente anfitrião Gabriel Boric anunciou que os presidentes do México, Honduras, Reino Unido, Canadá, África do Sul, Dinamarca e Austrália se juntarão em breve à aliança internacional "em defesa da democracia". Para o presidente chileno, a criação do grupo, que se reunirá no ano que vem na Espanha, "não é apenas um ato simbólico, mas um ato político que também inclui propostas concretas", concluiu.
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